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Mitos clássicos sobre a Auditoria Interna

Wendel Abreu | Publicado qua 31 Jul 2019, 21:08 | 1272 Vistos


Os mitos podem falar muito sobre como nós somos ou, pelo menos, como os outros nos enxergam.

De certa forma, quanto mais improvável e duradouro, maior é o esforço para dissipá-los, particularmente se houver um mínimo de verdade relacionada às origens do mito.

Embora a auditoria interna seja uma atividade em transformação, é surpreendente como muitas percepções, atualmente, equivocadas sobre a profissão se perpetuam ao longo do tempo.

O fato de esses mitos se prolongarem tanto pode indicar que precisamos fazer uma reflexão sobre como somos percebidos em nossas próprias organizações e pelas nossas partes interessadas. Será que fazemos coisas para reforçar esses mitos? Ou, precisamos aprimorar o trabalho de conscientização sobre como a profissão mudou? Você decide!

 

# Mito 1

A auditoria interna é a polícia corporativa

Os melhores trabalhos de auditoria são normalmente aqueles em que o auditor constrói um relacionamento respeitoso e colaborativo com os clientes de auditoria. Quando o comportamento do auditor é acusador ou agressivo, os resultados são propensos à resistência e uma oportunidade de ajudar a realizar os objetivos e facilitar a melhoria pode ser perdida. Quebrar este estereótipo é tão importante que a unidade de auditoria interna deve incentivar ativamente seus clientes a pensar o auditor interno como um consultor, e não um policial. Por isso, auditamos processos, não pessoas.

 

# Mito 2

Os auditores internos usam listas de verificação padrão que não agregam valor

Este mito é menos verdadeiro a cada ano que passa, pois os padrões profissionais exigem planos baseados em risco para determinar as prioridades, tanto no desenvolvimento de plano anual de atividades, quanto no planejamento operacional de auditorias individuais. Obviamente, alguns riscos justificam repetir auditorias, também existem auditorias de natureza mandatória por força de exigência de reguladores e fiscalizadores - onde os programas e as listas de verificação provavelmente não terão grandes mudanças de ano para ano. Em geral, a auditoria interna tornou-se uma profissão que deve melhorar a qualquer momento e se adaptar à dinâmica dos riscos de uma organização, por isso as ações de auditoria devem respeitar o nível de maturidade organizacional sem descuidar de abordar os riscos estratégicos e mais críticos. Por isso, auditamos processos com foco em risco.

 

# Mito 3

É melhor não dizer nada aos auditores internos


Este mito pode ser altamente prejudicial e pode refletir um ambiente de controle com baixa maturidade e problemas de governança. Quando os auditores acreditam que os clientes da auditoria escondem informações, normalmente o escopo do trabalho é ampliado, o que torna o processo de auditoria menos eficiente e desperdiça o tempo de todos. Por isso, enfatizamos que nossa missão é agregar e proteger o valor corporativo de forma colaborativa.

 

# Mito 4

Aconteceu uma fraude, onde estava a auditoria interna?

  No coração de várias críticas está o mito de que quando uma fraude ocorre houve falha ou omissão da unidade de auditoria interna. Ao contrário do senso comum, o auditor interno não tem a missão de buscar fraudes, mas ele deve estar atento ao risco de sua ocorrência e, para fazer seu julgamento, testa os controles e analisa a estrutura de governança, pois o foco da auditoria interna são os principais riscos corporativos em um contexto de recursos normalmente limitados. É claro que um evento dessa natureza abala todo o sistema de controle interno e como parte dele, a auditoria interna admite sua parcela de responsabilidade, ressaltando como grande problema o fato de toda a cadeia ter falhado. Por isso, a auditoria interna incentiva à disseminação e implantação do modelo três linhas de defesa, tornando cada colaborador responsável não apenas por fazer negócios bons, mas por evitar perdas que comprometam o esforço empreendido no alcance dos resultados.

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